O que é ser amado?
Não sei ao certo.
Sei como é quando se ama, melhor dizendo, quando ficamos vulneráveis...
A melhor parte de você fica com o outro, você espera tê-la de volta, mas ela se vai... Junto com ela o seu amor próprio, seus valores e suas ambições. Vai tudo junto. Em um piscar de olhos.
A gente se perde e não sabemos mais quem somos. Nossa essência vai embora, nosso apreço pelo o que é belo também.
Todo mínimo detalhe que a gente enxergava no outro como sublime, hoje é caos.
Todos os olhares de admiração se tornam olhares de desafio e superioridade; quem é melhor que quem, ou melhor, quem aguenta mais?
Cansaço, desdém, outras prioridades, outras companhias, talvez até outros amores tomam conta do que antes era o seu lugar, seu lar.
Dói? Anestesia.
Não sentimos mais os pés no chão, nem borboletas no estômago.
Sentimos apenas a monstruosidade que é a rejeição e talvez até o abandono.
O que é ser amado?
